O acesso à alimentação por pacientes em estado grave foi reconhecido como um dos direitos humanos que a Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda serem garantidos pelos países membros. Um dos responsáveis pela inclusão é o médico nutrólogo da Prevent Senior Thiago José Martins Gonçalves, presidente da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE / BRASPEN, na sigla em inglês).
A BRASPEN é uma das entidades que compõem a comunidade mundial de nutrição parenteral e enteral, métodos que garantem a nutrição para pacientes que tenham alguma dificuldade de alimentar-se plenamente por via oral, e assinou, no início de setembro, uma declaração internacional que reforça a importância dos cuidados nutricionais para todas as pessoas e os incluiu no rol de direitos fundamentais.
O documento foi assinado durante o Congresso Europeu de Metabolismo (ESPEN), no dia 5 de setembro, em Viena. São signatários os presidentes das cinco maiores sociedades médicas que estudam nutrição humana no mundo, dentre elas a BRASPEN, presidida pelo nutrólogo da Prevent Senior. São elas:
ASPEN – American Society for Parenteral and Enteral Nutrition;
ESPEN – European Society for Parenteral and Enteral Nutrition;
PENSA – Parenteral and Enteral Nutrition Society of Asia;
BRASPEN – Brazilian Society of Parenteral and Enteral Nutrition;
FELANPE – Federación Latinoamericana de terapia nutricional parenteral e enteral
No próximo dia 10 de dezembro, a declaração será apresentada no Fórum do Dia dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).
Apesar de não ter poder legislativo, a Declaração de Viena busca promover um reconhecimento global sobre o acesso a cuidados nutricionais para todos os pacientes, especialmente quando a alimentação por via oral é impossibilitada em razão de restrições ocasionadas por doenças. “Nesse sentido, o documento tem um potencial de propiciar maior conhecimento mundial sobre a importância dos cuidados nutricionais e combater a falta de acesso à sua implantação e seus benefícios à saúde global”, explica Gonçalves.
O nutrólogo destaca que, dentre esses direitos fundamentais dos pacientes, estão a triagem nutricional, o diagnóstico de doenças relacionadas à má nutrição, a avaliação e o monitoramento regular das pessoas atendidas. “E também a terapia nutricional, a ser desenvolvida por equipe multidisciplinar.”