Projeto de reconstrução facial da Prevent Senior devolve a esperança de mulheres vítimas de violência

Projeto de reconstrução facial da Prevent Senior devolve a esperança de mulheres vítimas de violência

10 de outubro de 2022

Notícias

Ação é realizada em parceria com o Instituto “Um novo olhar”; operadora fornece infraestrutura hospitalar, material e profissionais para operar mulheres que tiveram o rosto desfigurado, na maioria das vezes pelo próprio companheiro

Devolver a esperança, a autoestima e a dignidade. Dar um novo sentido à vida, mostrar uma nova perspectiva e quebrar o ciclo da violência. Esses são apenas alguns dos objetivos do projeto realizado pela Prevent Senior em parceria com o Instituto “Um Novo Olhar”, primeira instituição social do país a oferecer atendimento médico gratuito a mulheres vítimas de violência, que reconstrói a face dessas mulheres, muitas vezes agredidas pelo próprio companheiro, dentro de casa.

No Brasil, apenas no primeiro semestre, cerca de 31,4 mil denúncias de violência doméstica sofridas por mulheres foram registradas na Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos (ONDH). Foram quase 173 casos por dia. Uma situação preocupante e que merece atenção Por isso, é simbólico o Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher (10/10).

Mulher com o braço levantado na altura do ombro e a palma da mão voltada para fora
Violência contra a mulher é crime. Não seja conivente. Denuncie!

A data marca um movimento ocorrido em 1980, em São Paulo, que reuniu diversas pessoas nas escadarias do Teatro Municipal para protestar contra o aumento dos crimes contra mulheres em todo o país. Passados mais de 40 anos, a pauta continua relevante e demonstra a importância de uma iniciativa como a do Instituto Um Novo Olhar e da operadora especialista em pessoas.

Informações sobre a Lei Maria da Penha e uma foto da mulher que deu nome a essa lei
Passados 16 anos desde quando foi criada, a Lei Maria da Penha continua sendo um dos principais mecanismos de proteção às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar

O Instituto

O instituto “Um Novo Olhar” surgiu em 2018 e foi idealizado por Carla Góes, médica-cirurgiã, especializada em dermatologia, que atua na medicina há quase 30 anos. “Desde muito nova, sempre que eu via algumas injustiças sociais, pensava: algum dia eu vou fazer alguma coisa. Como médica, eu não entendia como podia fazer isso, até que tive a ideia de atuar na reconstrução facial dessas vítimas [mulheres] para que elas pudessem se enxergar no espelho novamente”, conta Carla.

Médica-cirurgiã Carla Góes
Com quase 30 anos de profissão, a médica-cirurgiã Carla Góes criou a iniciativa com o objetivo de combater injustiças

Desde 2019, a iniciativa conta com o apoio da Prevent Senior na parte de reconstrução facial de vítimas mais graves por meio de cirurgia. Esse apoio, segundo a médica, foi fundamental para o Instituto, já que os procedimentos costumam ser caros, especialmente na situação de mulheres que buscam ajuda para se reerguer.

“A Prevent Senior compreendeu a importância do Instituto e se colocou à disposição para fazer essa parceria, fornecendo toda a estrutura hospitalar, o material, como as placas de titânio, e os médicos. Isso fez grande diferença. Dessa forma, conseguimos resgatar vidas não só de vítimas, mas dos seus familiares. Por meio do nosso trabalho, podemos fortalecer mulheres para que sigam em frente”, destaca a idealizadora do Instituto.

Segundo a médica, a iniciativa tem o objetivo de prestar todo o acolhimento que a vítima precisa, seja na sua saúde mental e, principalmente, na parte física. A busca por ajuda, de acordo com Carla, é feita pela vítima. Para isso, ela acessa o site do Instituto e, por meio de um link, responde um questionário com perguntas básicas e outras mais específicas, como o tipo de problema que está passando.

Feito isso, os casos são avaliados por voluntários do Instituto que encaminham as vítimas, conforme a necessidade, para atendimento com psicólogos e assistentes sociais, além do consultório da dra. Carla. “Na minha clínica, eu recebo essas mulheres e dou início a um trabalho de reconstrução facial, melhorando edemas, cicatrizes, inclusive com o uso de lasers. No entanto, há casos que precisam de cirurgia. Quando isso ocorre, eu entro em contato com a Prevent Senior e a vítima é atendida por equipes de bucomaxilo e cirurgia plástica”, explica a médica.

O Tutor Nacional da Cirurgia Bucomaxilofacial da Prevent Senior, dr. Carlos Eduardo Xavier Ribeiro da Silva, é um dos profissionais que atua na reconstrução facial de vítimas encaminhadas pelo Instituto. “Quando a dra. Carla recebe uma vítima que precisa de cirurgia, a operadora fornece todo o tratamento e realiza o procedimento dentro dos seus hospitais, com suas equipes. A última paciente foi atendida no Hospital Sancta Maggiore Dubai, onde conseguimos devolver sua dignidade. Mesmo assim, não é apenas a parte física que é importante. O Instituto também oferece apoio psicológico, o que é fundamental para essas mulheres, já que a dor fica na cabeça e dentro do coração, sendo carregada por elas para sempre”, relata Silva.

O dr. Carlos realizou todas as cirurgias que ocorreram dentro da Prevent Senior, como parte dessa parceria, e fala com emoção sobre o fato de poder ajudar essas mulheres por meio do seu trabalho e conhecimento. “Não tem preço poder contribuir um pouco para melhorar a vida dessas vítimas. É uma sensação indescritível, de dever cumprido, e a oportunidade de devolver ao mundo tudo que recebi durante toda a minha vida. É fantástico você dar alta e receber um abraço, um agradecimento. A última vítima que operei até chorou e eu acabei chorando junto. Se eu pudesse resumir em uma palavra esse sentimento seria: privilégio. É um privilégio poder melhorar a vida de pessoas que passaram por um sofrimento tão grande”, conclui.

Casos de destaque

Entre os casos de destaque em que uma vítima pôde contar com a cirurgia fornecida pela operadora, dra. Carla cita uma paciente que teve o nariz e orelha arrancados após mordidas do ex-companheiro. A vítima foi Talita Oliveira, hoje com 32 anos. A moça conta que sofreu a violência no ano de 2017 e passou por cirurgia na operadora há um ano.

“Eu cheguei até a dra. Carla desesperada, sem emprego e com três filhos. Me vi perdida. Quando ela disse que eu iria passar por uma cirurgia na Prevent Senior foi um presente. Desde o atendimento, a recepção até a cirurgia, eu fui muito bem tratada e acolhida. Essa parceria mudou a minha vida e deu outro aspecto para o meu rosto. Hoje não preciso mais me esconder com maquiagem e isso faz com que a gente se sinta cada dia mais viva”, conta Talita.

Segundo a moça, todas as mulheres vítimas de violência mereciam um tratamento igual ao que recebeu. Ela também aproveitou para deixar uma mensagem às pessoas que estão passando pelo mesmo sofrimento que passou. “A mensagem que eu deixo é: peçam socorro! Sempre existe uma saída. Não se calem. Prolongar essa situação de violência pode levar à morte. Hoje eu poderia não estar aqui, falando com vocês”, finaliza.

Talita é apenas uma de diversas mulheres que sofrem ou sofreram algum tipo de violência acolhidas no projeto. Entre outras vítimas que a Prevent Senior atendeu por meio da parceria está uma moça que foi ferida com 17 facadas e uma moradora de Tiradentes, em Belo Horizonte, que sofreu uma fratura no osso malar após seu irmão pisar em seu rosto durante uma briga. “Ela [vítima de BH] estava com perda de visão e tinha que ser operada logo, mas o procedimento era muito caro e ela não conseguia pagar. Ela entrou em contato comigo e eu acionei a Prevent Senior em um sábado de manhã. Na segunda-feira ela já foi internada e operada e, depois disso, voltou a enxergar”, relembra a dra. Carla.

A criadora do Instituto ressalta que o apoio da operadora chegou a ir além. Em um dos casos, a empresa ofereceu atendimento a uma vítima que sofria de dores nas articulações decorrente das agressões sofridas.

Um Novo Olhar: a união faz a força

Hoje, o Instituto “Um Novo Olhar” conta com 52 voluntários, incluindo psicólogos, assistentes sociais e advogados, estes últimos para fornecer uma mentoria às vítimas sobre seus direitos. Além disso, também possui o apoio do Instituto da Criança, com a parte de ginecologia, e está prestes a inaugurar um ambulatório psiquiátrico no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas para atender mulheres vítimas de violência. “Será o primeiro da América Latina nestes moldes”, afirma Carla.

E não para por aí! Em outubro, o Instituto irá inaugurar sua sede, no Itaim Bibi, na zona oeste da capital paulista, onde será possível a capacitação das vítimas em cursos de manicure e depilação para que possam ter renda própria e mais autonomia. “Algumas mulheres permanecem no ciclo de violência porque dependem financeiramente do companheiro, então queremos mudar isso”, diz Carla.

Nos últimos seis meses, o Instituto atendeu cerca de 80 mulheres. Qualquer vítima que precise pode solicitar ajuda do Instituto por meio do canal de denúncias do Instituto, pelo telefone: 9 3700-1200. Quem quiser ser um voluntário e fazer parte dessa corrente do bem, por sua vez, pode se candidatar por meio do site www.umnovoolhar.org.

“A minha mensagem às mulheres que sofrem violência é: denuncie! Procure uma pessoa que confie e denuncie. A violência começa hoje, com um celular que seu companheiro quebra, e esse ciclo vai crescendo. Existem mulheres que dizem que não denunciam por causa dos filhos, mas isso não vale a pena. É quase certo que essas agressões vão chegar nessas crianças”, finaliza Carla.

Veja a cartilha que a médica preparou com informações sobre violência contra a mulher e como pedir ajuda clicando aqui.

Dê play no vídeo abaixo e tenha acesso à cartilha em libras.

Violência doméstica

A violência doméstica pode ser dividida em física (como é a maioria dos casos atendidos pelo programa), sexual, psicológica, patrimonial e moral. A primeira se refere à ação que fere a integridade do corpo, como bater ou espancar. A segunda consiste em qualquer ação que obrigue a vítima a manter ou presenciar um ato sexual contra a sua vontade. A psicológica é qualquer conduta que cause dano emocional ou redução da autoestima por meio de ameaças, humilhação, constrangimentos, perseguição, entre outros.

Na violência patrimonial, enquadram-se atos que envolvam a retirada do dinheiro conquistado pela mulher com seu próprio trabalho ou a destruição do seu patrimônio, bem ou instrumento profissional. A violência moral, por sua vez, tem como característica qualquer ação que inclua mentiras e ofensas contra a vítima.

Quaisquer desses crimes devem ser denunciados. Para isso, as vítimas contam com diversos canais, como as Delegacias de Defesa da Mulher (DDM) e o telefone 180, que além de fornecer um atendimento exclusivo para mulheres vítimas de violência de todo o país, compartilha informações sobre a rede de atendimento e acolhimento, direitos e legislação vigente. Esse canal também pode ser acessado pelo site da ONDH, aplicativo Direitos Humanos Brasil, Telegram (digitar na busca “Direitoshumanosbrasil”) e WhatsApp (61 99656-5008). O atendimento está disponível 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.

A Prevent Senior

Operadora de saúde especialista em pessoas, a Prevent Senior atua há mais de 25 anos e conta com uma ampla rede própria. Os Hospitais e Prontos-Atendimento Sancta Maggiore são equipados com o que há de melhor para oferecer sempre em cuidados diferenciados.

A rede ainda é composta por Núcleos de Medicina Avançada e Diagnóstica e Núcleos especializados em Cardiologia, além de Oftalmologia, Oncologia, Ortopedia/Traumatologia e Reabilitação em São Paulo e no Rio de Janeiro.

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